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25 de março de 2021

O "novo" papel do professor

Já parou para pensar que o mundo mudou, a sociedade mudou, seu aluno mudou e a escola continua a mesma do século passado? Antes tínhamos a escola e o professor como as principais fontes de informação e conhecimento, mas hoje somos inundados todos os dias por informação e desinformação, quer queiramos ou não.

A internet, que até o início dos anos 2000 era privilégio de poucos, hoje nos permite, inclusive, ser protagonistas e autores com audiência mundial. Claro que nem todo mundo possui uma internet de qualidade, mas o pouco que chega para a grande maioria dos cidadãos, já vem tão carregada de informação que é quase impossível se esconder!

Então, se meu aluno está no mesmo barco que eu, como posso acreditar que sou sua única fonte de conhecimento? Como posso ignorar que meu antigo papel de detentora de saberes já não funciona mais para ensinar o que realmente interessa agora?

A charge abaixo é de Carlos Ruas e mostra exatamente o que acontece com a relação professor-aluno na conjuntura atual. São alunos tentando se virar nesse mar de informações e desinformações, professores cheios de incertezas e uma educação que não consegue dar conta das demandas de uma sociedade que precisa aprender a viver nessa "nova" realidade.

professor

A escola vem mudando ao longo dos anos? Aparentemente sim, mas na prática não! A "nova" escola parece mais tecnológica, parece mais preocupada em adotar novas metodologias de ensino e avaliação, mas na verdade tudo continua como no século passado. Aulas em que o professor dita e o aluno só copia; avaliações que medem a capacidade do aluno repetir o que o professor ditou.

Muito professor que ousa romper com a visão de que seu papel é dar seu show enquanto os alunos passivamente assistem, ainda sofre com acusações de que não dá aula. Se busca uma forma de colocar o aluno no cerne do processo ensino-aprendizagem, é considerado um tapeador.

A antiga escola e o antigo professor não funcionam mais há tempos! Eu nem falo do futuro! O presente já pede uma urgência na transformação do papel do professor! E como aqui falamos do ensino de Química (ou de Ciências de um modo geral), ir para a sala ensinar os alunos a fazer distribuição eletrônica não pode ser o resumo da atuação do professor. Precisa ir muito além!

Para que os indivíduos possam viver de forma saudável na sociedade da informação, a educação precisa ser mais focada no "ensinar a nadar" do que em tentar encerrar o aluno numa frágil jangada que inevitavelmente irá naufragar. E, quando naufraga, o indivíduo tem a difícil tarefa de, sozinho, fazer leituras críticas que lhe permitam, por exemplo, separar a informação da desinformação, algo que acionou fortemente nosso alerta vermelho nesse período de pandemia. Tem sido difícil lutar contra fake news, promessas de tratamentos que não funcionam e movimentos anti-vacina.

Precisamos de novos rumos, novas perspectivas, novas práticas, novas formas de pensar e agir na educação. Precisamos urgente de uma nova escola que aceite e encoraje esse novo professor!

Para pensar um pouco a respeito disso tudo, sugiro que você assista ao vídeo sobre educação para o futuro de Atila Iamarino que está anexado abaixo. A charge de Carlos Ruas, inclusive, foi inspirada nessa palestra. Uso sempre a charge e o vídeo nas minhas aulas de estágio e acho crucial fazer com que os novos professores tenham uma visão mais ampla do problema que é educar na contemporaneidade. 



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7 de agosto de 2020

O que a explosão em Beirute nos ensina?

beirute-explosão

Este início de semana foi marcado pela notícia da explosão de grandes proporções no porto de Beirute, uma tragédia que nos deixou comovidos e impressionados.
 
Recebemos vários vídeos pelo WhatsApp, vimos várias notícias na internet e só neste momento muitos descobriram os perigos do nitrato de amônio, o principal suspeito de ter causado esta grande destruição.⁣ O sal inorgânico, de fórmula NH4NO3, é comumente usado como fertilizante. Aí muita gente se perguntou (inclusive recebi mensagens de amigos a respeito): mas como um fertilizante, algo aparentemente inofensivo, pode causar tanto estrago? É nessas horas que muitas pessoas acabam descobrindo que o conhecimento sobre Química é algo importantíssimo na sociedade. Ou, pelo menos, é um bom momento para fazermos as pessoas compreenderem isso!⁣
 
Quando armazenado de forma inadequada, o nitrato de amônio pode ser muito perigoso. Se exposto a altas temperaturas, pode se decompor, gerando gases que se expandem e causam a explosão como a que vimos no acidente em questão.⁣
 
Um "pequeno" detalhe que faz a diferença: conhecer a substância com a qual está lidando é essencial para a sua segurança e das pessoas ao redor.⁣
 
Professores e divulgadores da Ciência devem utilizar esse acontecimento para ajudar não só no aprendizado a respeito da Química por trás da explosão, mas também na valorização do conhecimento científico para nossa sociedade. Estamos vivendo tempos sombrios, em que as pessoas rejeitam a Ciência e acolhem facilmente fake news e pseudociência. Precisamos atuar fortemente na educação científica para a vida, não só para a aprovação em provas e exames.⁣
 
 
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24 de outubro de 2012

Expectativas sobre as aulas de Química

Sabe aquela história de EXPECTATIVA x REALIDADE? Pois bem, esta é a expectativa de quem vai começar a ter aulas de Química.

Sobre a realidade, bem...


14 de dezembro de 2011

Nem Jesus aguentaria ser um professor nos dias de hoje...

Essa eu recebi de um dos membros do grupo Ensino de Química do Google! heehehe



Naquele tempo, Jesus subiu a um monte seguido pela multidão e, sentado sobre uma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se aproximassem.

Ele os preparava para serem os educadores capazes de transmitir a lição da Boa Nova a todos os homens.

Tomando a palavra, disse-lhes:
- Em verdade, em verdade vos digo: Felizes os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus. Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Felizes os misericordiosos, porque eles....
Pedro o interrompeu:
- Mestre, vamos ter que saber isso de cor?

André perguntou:
- É pra copiar?

Filipe lamentou-se:
- Esqueci meu papiro!

Bartolomeu quis saber:
- Vai cair na prova?

João levantou a mão:
- Posso ir ao banheiro?

Judas Iscariotes resmungou:
- O que é que a gente vai ganhar com isso?

Judas Tadeu defendeu-se:
- Foi o outro Judas que perguntou!

Tomé questionou:
- Tem uma fórmula pra provar que isso tá certo?

Tiago Maior indagou:
- Vai valer nota?

Tiago Menor reclamou:
- Não ouvi nada, com esse grandão na minha frente.

Simão Zelote gritou, nervoso:
- Mas por que é que não dá logo a resposta e pronto!?

Mateus queixou-se:
- Eu não entendi nada, ninguém entendeu nada!

Um dos fariseus, que nunca tinha estado diante de uma multidão nem ensinado nada a ninguém, tomou a palavra e dirigiu-se a Jesus, dizendo:
- Isso que o senhor está fazendo é uma aula? Onde está o seu plano de curso e a avaliação diagnóstica? Quais são os objetivos gerais e específicos? Quais são as suas estratégias para recuperação dos conhecimentos prévios?

Caifás emendou:
- Fez uma programação que inclua os temas transversais e atividades integradoras com outras disciplinas? E os espaços para incluir os parâmetros curriculares gerais? Elaborou os conteúdos conceituais, processuais e atitudinais?

Pilatos, sentado lá no fundão, disse a Jesus:
- Quero ver as avaliações da primeira, segunda e terceira etapas e reservo-me o direito de, ao final, aumentar as notas dos seus discípulos para que se cumpram as promessas do Imperador de um ensino de qualidade. - Nem pensar em números e estatísticas que coloquem em dúvida a eficácia do nosso projeto.- E vê lá se não vai reprovar alguém!

E, foi nesse momento que Jesus levantou os olhos para o céu e disse:
"Senhor, Senhor por que me abandonastes?"

6 de janeiro de 2011

Eu também acuso!



Hoje recebi de um amigo do Orkut a dica de um post no blog Hora do Recreio, da amiga blogueira Berenice. Se trata de um texto do professor Igor Pantuzza Wildmann, em tributo ao professor Kássio Vinícius Castro Gomes, morto por um aluno que ficou descontente com uma nota (Veja a notícia aqui).

Eu não vou emitir qualquer opinião sobre o assunto, pois acredito que o professor Igor fez isso brilhantemente, disse tudo o que estava engasgado na garganta de muitos professores nesse país. Concordo totalmente com o texto a seguir e acho que nos resta divulgar essas ideias e tentar fazer com que atrocidades assim não aconteçam mais.

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J'acuse!
(Eu acuso!)

“Mon devoir est de parler, je ne veux pas être complice.” (“Meu dever é falar, não quero ser cúmplice.”)
Émile Zola


Foi uma tragédia fartamente anunciada. Em milhares de casos, desrespeito. Em outros tantos, escárnio. Em Belo Horizonte, um estudante processa a escola e o professor que lhe deu notas baixas, alegando que teve danos morais ao ter que virar noites estudando para a prova subsequente. (Notem bem: o alegado “dano moral” do estudante foi ter que... estudar!).

A coisa não fica apenas por aí. Pelo Brasil afora, ameaças constantes. Ainda neste ano, uma professora brutalmente espancada por um aluno. O ápice desta escalada macabra não poderia ser outro.

O professor Kássio Vinícius Castro Gomes pagou com sua vida, com seu futuro, com o futuro de sua esposa e filhas, com as lágrimas eternas de sua mãe, pela irresponsabilidade que há muito vem tomando conta dos ambientes escolares.

Há uma lógica perversa por trás dessa asquerosa escalada. A promoção do desrespeito aos valores, ao bom senso, às regras de bem viver e à autoridade foi elevada a método de ensino e imperativo de convivência supostamente democrática.

No início, foi o maio de 68, em Paris: gritava-se nas ruas que “era proibido proibir”. Depois, a geração do “não bate, que traumatiza”. A coisa continuou: “Não reprove, que atrapalha”. Não dê provas difíceis, pois “temos que respeitar o perfil dos nossos alunos”. Aliás, “prova não prova nada”. Deixe o aluno “construir seu conhecimento.” Não vamos avaliar o aluno. Pensando bem, “é o aluno que vai avaliar o professor”. Afinal de contas, ele está pagando...

E como a estupidez humana não tem limite, a avacalhação geral epidêmica, travestida de “novo paradigma” (Irc!), prosseguiu a todo vapor, em vários setores: “o bandido é vítima da sociedade”, “temos que mudar ‘tudo isso que está aí’; “mais importante que ter conhecimento é ser ‘crítico’.”

Claro que a intelectualidade rasa de pedagogos de panfleto e burocratas carreiristas ganhou um imenso impulso com a mercantilização desabrida do ensino: agora, o discurso anti-disciplina é anabolizado pela lógica doentia e desonesta da paparicação ao aluno – cliente...

Estamos criando gerações em que uma parcela considerável de nossos cidadãos é composta de adultos mimados, despreparados para os problemas, decepções e desafios da vida, incapazes de lidar com conflitos e, pior, dotados de uma delirante certeza de que “o mundo lhes deve algo”.

Um desses jovens, revoltado com suas notas baixas, cravou uma faca com dezoito centímetros de lâmina, bem no coração de um professor. Tirou-lhe tudo o que tinha e tudo o que poderia vir a ter, sentir, amar.

Ao assassino, corretamente , deverão ser concedidos todos os direitos que a lei prevê: o direito ao tratamento humano, o direito à ampla defesa, o direito de não ser condenado em pena maior do que a prevista em lei. Tudo isso, e muito mais, fará parte do devido processo legal, que se iniciará com a denúncia, a ser apresentada pelo Ministério Público. A acusação penal a o autor do homicídio covarde virá do promotor de justiça. Mas, com a licença devida ao célebre texto de Emile Zola, EU ACUSO tantos outros que estão por trás do cabo da faca:

EU ACUSO a pedagogia ideologizada, que pretende relativizar tudo e todos, equiparando certo ao errado e vice-versa;

EU ACUSO os pseudo-intelectuais de panfleto, que romantizam a “revolta dos oprimidos”e justificam a violência por parte daqueles que se sentem vítimas;

EU ACUSO os burocratas da educação e suas cartilhas do politicamente correto, que impedem a escola de constar faltas graves no histórico escolar, mesmo de alunos criminosos, deixando-os livres para tumultuar e cometer crimes em outras escolas;

EU ACUSO a hipocrisia de exigir professores com mestrado e doutorado, muitos dos quais, no dia a dia, serão pressionados a dar provas bem tranqüilas, provas de mentirinha, para “adequar a avaliação ao perfil dos alunos”;

EU ACUSO os últimos tantos Ministros da Educação, que em nome de estatísticas hipócritas e interesses privados, permitiram a proliferação de cursos superiores completamente sem condições, freqüentados por alunos igualmente sem condições de ali estar;

EU ACUSO a mercantilização cretina do ensino, a venda de diplomas e títulos sem o mínimo de interesse e de responsabilidade com o conteúdo e formação dos alunos, bem como de suas futuras missões na sociedade;

EU ACUSO a lógica doentia e hipócrita do aluno-cliente, cada vez menos exigido e cada vez mais paparicado e enganado, o qual, finge que não sabe que, para a escola que lhe paparica, seu boleto hoje vale muito mais do que seu sucesso e sua felicidade amanhã;

EU ACUSO a hipocrisia das escolas que jamais reprovam seus alunos, as quais formam analfabetos funcionais só para maquiar estatísticas do IDH e dizer ao mundo que o número de alunos com segundo grau completo cresceu “tantos por cento”;

EU ACUSO os que aplaudem tais escolas e ainda trabalham pela massificação do ensino superior, sem entender que o aluno que ali chega deve ter o mínimo de preparo civilizacional, intelectual e moral, pois estamos chegando ao tempo no qual o aluno “terá direito” de se tornar médico ou advogado sem sequer saber escrever, tudo para o desespero de seus futuros clientes-cobaia;

EU ACUSO os que agora falam em promover um “novo paradigma”, uma “ nova cultura de paz”, pois o que se deve promover é a boa e VELHA cultura da “vergonha na cara”, do respeito às normas, à autoridade e do respeito ao ambiente universitário como um ambiente de busca do conhecimento;

EU ACUSO os “cabeça – boa” que acham e ensinam que disciplina é “careta”, que respeito às normas é coisa de velho decrépito;

EU ACUSO os métodos de avaliação de professores, que se tornaram templos de vendilhões, nos quais votos são comprados e vendidos em troca de piadinhas, sorrisos e notas fáceis;

EU ACUSO os alunos que protestam contra a impunidade dos políticos, mas gabam-se de colar nas provas, assim como ACUSO os professores que, vendo tais alunos colarem, não têm coragem de aplicar a devida punição.

EU VEEMENTEMENTE ACUSO os diretores e coordenadores que impedem os professores de punir os alunos que colam, ou pretendem que os professores sejam “promoters” de seus cursos;

EU ACUSO os diretores e coordenadores que toleram condutas desrespeitosas de alunos contra professores e funcionários, pois sua omissão quanto aos pequenos incidentes é diretamente responsável pela ocorrência dos incidentes maiores;

Uma multidão de filhos tiranos que se tornam alunos -clientes, serão despejados na vida como adultos eternamente infantilizados e totalmente despreparados, tanto tecnicamente para o exercício da profissão, quanto pessoalmente para os conflitos, desafios e decepções do dia a dia.

Ensimesmados em seus delírios de perseguição ou de grandeza, estes jovens mostram cada vez menos preparo na delicada e essencial arte que é lidar com aquele ser complexo e imprevisível que podemos chamar de “o outro”.

A infantilização eterna cria a seguinte e horrenda lógica, hoje na cabeça de muitas crianças em corpo de adulto: “Se eu tiro nota baixa, a culpa é do professor. Se não tenho dinheiro, a culpa é do patrão. Se me drogo, a culpa é dos meus pais. Se furto, roubo, mato, a culpa é do sistema. Eu, sou apenas uma vítima. Uma eterna vítima. O opressor é você, que trabalha, paga suas contas em dia e vive sua vida. Minhas coisas não saíram como eu queria. Estou com muita raiva. Quando eu era criança, eu batia os pés no chão. Mas agora, fisicamente, eu cresci. Portanto, você pode ser o próximo.”

Qualquer um de nós pode ser o próximo, por qualquer motivo. Em qualquer lugar, dentro ou fora das escolas. A facada ignóbil no professor Kássio dói no peito de todos nós. Que a sua morte não seja em vão. É hora de repensarmos a educação brasileira e abrirmos mão dos modismos e invencionices. A melhor “nova cultura de paz” que podemos adotar nas escolas e universidades é fazermos as pazes com os bons e velhos conceitos de seriedade, responsabilidade, disciplina e estudo de verdade.

Igor Pantuzza Wildmann

Advogado – Doutor em Direito. Professor universitário.

7 de julho de 2010

Pós-graduando sofre!

A vida de quem faz pós-graduação é mesmo uma luta! Os quadrinhos abaixo foram retirados da seção de humor do site Piled Higher and Deeper.
 
Caso tenha dificuldade em visualizar os quadrinhos é só clicar nas imagens. 
 

31 de maio de 2010

Desespero de quem faz pós-graduação!

Recebi isso de um amigo e achei muito interessante, pois todos que fizemos mestrado, doutorado, já passamos por pelo menos uma dessas situações com pessoas que não sabem direito, ou sequer têm ideia, do que é uma pós-graduação! Infelizmente não sei quem é o autor. ---------------------------------------------------
Desespero de mestrandos e doutorandos!
- E aí, o que você faz?
- Faço pós-graduação. - Sim, mas no quê você trabalha?
- Faço minha pesquisa de pós-graduação.
- Ah, então você é apenas estudante, ainda não trabalha… (com ar de admiração)
- Sim, mas tenho bolsa, e a bolsa...
- A bolsa é para não pagar a mensalidade, né? Tenho um amigo/tio/irmã o-do-primo- do-vizinho que também ganhava bolsa, conseguiu 50% de desconto.
- Não, não é esse tipo de bo…
- Ele(a) está quase terminando a pós. Depois, vai fazer mestrado. Mas antes, a especialização.
- Mas é que eu faço… mestrado/doutorado - Mas e a pós, é apenas nos finais de semana, não é mesmo? E o quê você faz durante todo o resto do tempo?
- …
***
Chega aquele parente que você não vê há tempos:
- E aí, como vão as coisas?
- Tudo bem. Ufa (ar de alívio), estou quase terminando a pós (mestrado/doutorado )
- Mas então, você ainda não trabalha?
- Bem… estou fazendo minha pesquisa da pós, super-ocupado agora que estou no final e…
- Mas e o resto do tempo (referindo-se à semana, aos dias úteis), o que você faz?
- …
***
Um amigo liga:
- E aí cara, vamos sair?
- Cara, hoje não posso, estou super-atarefado com a pesquisa.
- Ei, mas hoje é sábado.
- Sim, mas estou apertado.
- Duvido que você esteja apertado e não tenha 2 horas para sair. (com ar de indignação)
- Pior é que estou, tenho que terminar uma tarefa para a semana que vem, e já estou há duas semanas fazendo isso, sem folga nem nos fins de…
- Ah, entendo (com ar de ceticismo e desaprovação). Também vivo ocupado. - Então, que bom que compreende.
- Mas todos nós temos os nossos problemas. Os seus não são justificativa para não vir, e (…)
- …
***
E têm aqueles que, pelo simples fato de para eles "não trabalhar" (com muitas aspas!), o bolsista só poderia ser um vagabundo: (…)
- Então você ainda não trabalha?
- É que faço pós, e…
- Tá, mas que pós você faz?
- Faço mestrado/ou/doutorado em…
- Ei, espera aí, você disse que fazia pós.
- Sim, faço mestrado/ou/doutorado.
- Não, primeiro vem a pós, depois a especialização, depois o mestrado e então o doutorado. - Sim, mas existe uma diferença, a pós stricto sensu, e a lato sensu. "Pós" é tudo isso junto, e faço mestrado/ou/ doutorado.
- Nunca ouvi falar disso, acho que não é bem assim. Mas então você faz mestrado/ou/doutorado…
- Sim.
- É, mas ainda tem que fazer MBA. É o último nome em negócios, bem melhor do que pós… - …
Variação I:
- Ah, entendi, você faz mestrado/ou/doutorado. Tenho um amigo/tio/irmã o-do-primo- do-vizinho que fez mais ainda: fez PhD. ("Philosophy Doctor", que corresponde ao título de Doutor no Brasil)
- …
Variação II:
- É, tenho um amigo/tio/irmã o-do-primo- do-vizinho que também faz pós, e ainda trabalha.
- …
***
- Ah, então você faz pós? Também fiz pós, mas já terminei. - O que você fez? - Fiz ASDFPQPIURUIR na Uni-Esquina, e APDOFDUR, na Fa-Cil. - Hmmm.
- Os professores de lá são super-renomados. São melhores que os das estaduais/federais. O curso é relâmpago, último nome em educação empresarial. E ainda os preços são super-baixos.
- O.o
- Você faz federal, né? Mas vai nessa, continua se dedicando que um dia você chega lá.
- Hum… Obrigado.
- Mas e aí, você trabalha?
Ô vida difícil!!

2 de julho de 2009

O problema da ignorância química

Há alguns meses fomos surpreendidos por uma matéria na revista Veja falando sobre como fazer limpeza doméstica sem química. Minha indignação maior foi pelo fato de que a revista não se preocupou em consultar alguém da área para saber se tudo aquilo fazia algum sentido.
Matérias como essa numa revista de tamanha circulação e com tanta gente que confia plenamente no que ela diz (um erro!) é que ajudam a pintar uma imagem negativa da ciência Química, reforçando a ideia de que tudo o que é químico é prejudicial. Até fiz uma postagem aqui no blog falando da minha indignação com a matéria (leia aqui). Mas agora o professor Luis Fernando Pereira publicou na Folha de São Paulo, no caderno Fovest, uma coluna, que pode ser considerada uma boa resposta à matéria da Veja. No artigo o professor também demonstra preocupação com o problema da ignorância química e cita alguns exemplos de situações em que a Química é apontada como vilã. Para ter acesso ao artigo eletrônico é preciso ter a senha da Folha ou do UOL. Mas é possível ler uma prévia do artigo que o professor Luis publicou em seu blog antes da versão final para a Folha de São Paulo. Clique aqui e leia o texto. O que queremos com isso? Alertar você, professor, para o problema e pedir que continue tentando fazer com que seus alunos entendam o que é a Química, do que ela trata e como está inserida em suas vidas. Só assim poderemos dar um fim a essa ignorância bradada aos quatro ventos!

20 de janeiro de 2009

Chamando os pais à responsabilidade de educar

Essa é uma das histórias que mais corre a internet sem citação de autoria. Não sei se é verdade, mas é o sonho de todos os professores e diretores de escolas diante da realidade em que vivemos com pais ausentes e querendo que a escola se responsabilize por toda a educação dos seus filhos.
Professores de uma escola da Califórnia decidiram gravar na secretária eletrônica da escola. A escola exige dos alunos e dos pais responsabilidade pelas faltas dos estudantes e pelos trabalhos de casa. A escola e os professores estão sendo processados por pais que querem que seus filhos sejam aprovados mesmo com muitas faltas e sem fazer os trabalhos escolares. Aqui vai a mensagem gravada: "Olá! Para podermos ajudá-lo, por favor ouça todas as opções: - Para mentir sobre o motivo das faltas do seu filho - tecla 1 - Para dar uma desculpa para seu filho não ter feito o trabalho de casa - tecla 2 - Para se queixar sobre o que nós fazemos - tecla 3 - Para insultar os professores - tecla 4 - Para saber por que não foi informado sobre o que consta no boletim do seu filho - tecla 5 - Se quiser que criemos o seu filho - tecla 6 - Se quiser agarrar, esbofetear ou agredir alguém - tecla 7 - Para pedir um professor novo, pela terceira vez este ano - tecla 8 - Para se queixar do transporte escolar - tecla 9 - Para se queixar da alimentação fornecida pela escola - tecla 0 - Se você já compreendeu que este é um mundo real, que seu filho deve ser responsabilizado pelo próprio comportamento e que a culpa da falta de esforço do seu filho não é culpa dos professores, desligue o telefone e tenha um bom dia!"

Veja também: