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5 de novembro de 2021

Conversa sobre ciência e divulgação científica

divulgacao cientifica
 

Há alguns meses concedi uma entrevista à assessoria de comunicação da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, instituição onde leciono e tenho projetos na área de divulgação científica.

Na oportunidade, pude falar um pouco sobre o método científico, sobre a importância da ciência na sociedade e sobre o LADIQ (Laboratório de Divulgação Química do Sudoeste da Bahia), o programa de divulgação e educação científica do qual sou uma das coordenadoras.

Veja a matéria clicando aqui e conheça um pouco do trabalho do laboratório.

 

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➕ Livros sobre o tema:

28 de setembro de 2010

Entrevista com Alfredo Luis Mateus

É com muito prazer que apresento a entrevista que fiz com o prof. Alfredo Luis Mateus, um dos criadores do site pontociência.




Prof. Alfredo, como surgiu a ideia do site pontociência?

Ela veio de um convite para propor um projeto para a FINEP que envolvesse experimentação no ensino de ciências, algo que atingisse todo o Brasil. Pensamos que a internet seria o veículo ideal para o projeto, pelo alcance e pela possibilidade do acesso ser gratuito.

Os experimentos que você divulga no site são criados por você mesmo? Como é a criação e seleção desses experimentos?

No pontociência os visitantes encontram experimentos publicados pela nossa equipe e também por outros visitantes. Qualquer pessoa cadastrada pode enviar roteiros de experimentos e vídeos. Nós selecionamos experimentos de diversas fontes, alguns de livros (muitos deles em inglês), de páginas da internet (também muitas em inglês) ou de sugestões de colegas. Alguns nós criamos ou pelo menos adaptamos para os materiais que encontramos. Não é fácil criar um experimento totalmente novo em 2010. Mas é bem mais fácil adaptar e modificar um experimento para que ele funcione e utilize materiais mais simples e acessíveis.
É importante ressaltar que os textos, fotos e vídeos que publicamos são produzidos por nossa equipe. A idéia do pontociência é que as pessoas contem o que elas fizeram, e não copiar e colar de outra fonte (ou de um vídeo do YouTube) e mandar para nós.

Tanto nos seus livros quanto no pontociência você apresenta experimentos que são de fácil execução em escolas de ensino básico. Como você vê a utilização de aulas práticas nesse nível de ensino? Acontece como você esperava?

Nós tentamos ajudar com uma parte das muitas dificuldades encontradas por professores para fazerem experimentos em sala de aula. A idéia é colocar as sugestões de experimentos e as informações corretas do que acontece nas mãos dos professores. Sabemos que existem outras dificuldades além de não se conhecer experimentos para um determinado assunto. É preciso ter tempo para preparar, achar os materiais, algumas salas tem um número muito grande de alunos, etc. Mas tenho certeza que o principal é o professor acreditar que fazer experimentos e ensinar a partir dos fenômenos é importante, fundamental. Se o professor não tem certeza disso, não haverá laboratório bem equipado que resolva. Pelos comentários e pela visitação do pontociência, creio que muita gente está realizando os experimentos que propomos nas suas escolas, mas ainda temos um longo caminho a percorrer até mudarmos o ensino de Química baseado apenas no quadro negro.
   
Você sabe dizer se quem mais acessa o pontociência é o professor ou o aluno?

Temos acessos dos dois tipos de usuários, mas eu não saberia dizer quem é a maioria. O nosso foco principal é o professor, mas tentamos usar uma linguagem que permita ao aluno usar o material sem problema, por exemplo para apresentar um experimento numa feira de ciências. E temos uma boa participação de alunos de licenciatura, futuros professores.

Quais os frutos do projeto do site pontociência?

Nós publicamos dois livros com os recursos do projeto. O primeiro foi o “Ciência na tela: experimentos no retroprojetor”. O segundo, bem recente, foi o “Química na cabeça 2: mais experimentos espetaculares para se fazer em casa ou na escola”. Além disso, publicamos um DVD com amostras dos experimentos do pontociência, com vídeos e roteiros no formato PDF. E, no portal, já temos um acervo com mais de 500 experimentos e cerca de 5.000 usuários cadastrados.

Livro Química na Cabeça 2


Quais os planos para o futuro deste site?

Estamos tentando melhorar a navegação e a interatividade, mexendo na programação do portal. Estamos elaborando mais coleções temáticas. No fim do ano sai mais um livro, “Quântica para iniciantes” com projetos muito simples e interessantes. Nossos planos incluem ampliar e melhorar nosso acervo, incluindo mais sugestões para o professor de como usar o experimento em sala de aula.

Você atualmente está envolvido em outros projetos?

Estou planejando atividades para o Ano Internacional da Química - 2011, dando aulas no colégio técnico da UFMG, escrevendo um novo livro paradidático (para 2011) e trabalhando com divulgação científica através do rádio, com novos programas para a rádio UFMG Educativa.

Gostaria de deixar alguma mensagem para os leitores do blog Ensino de Química?

Visitem o pontociência (http://pontociencia.org.br), opinem, mandem sugestões, perguntas e críticas. E colaborem, enviando os experimentos que vocês costumam fazer com seus alunos. Pode parecer algo simples e você acha que todo mundo conhece, mas nem sempre este é o caso e todo professor dá o seu toque especial à atividade. Compartilhar idéias é uma maneira excelente de crescer como profissional do ensino de Química.

Obrigada, prof. Alfredo.

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O prof. Alfredo Luis Mateus é Bacharel em Química e Mestre em Química Inorgânica pela USP, e PhD em Química Inorgânica pela Universidade da Flórida (EUA). É professor da Universidade Federal de Minas Gerais.

18 de setembro de 2009

Caminhão com Ciência

Entrevista com o Prof. Dr. Neurivaldo de Guzzi Filho
Na foto, o prof. Neurivaldo (à direita, em pé, de camisa verde) e a equipe de mediadores, ao lado do Caminhão com Ciência.


Site do projeto: http://www.uesc.br/caminhaocomciencia/

Prof. Neurivaldo, o que é o Caminhão com Ciência? Quem, além de você, participa desse projeto?  

O Caminhão com Ciência é um projeto de extensão da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), llhéus (BA), que tem o apoio do CNPq e da FAPESB/SECTI-BA, além da própria UESC. O nosso caminhão é o meio de transporte de atividades e experimentos de Química, Física, Matemática e Biologia que utilizamos para realizar exposições itinerantes nas comunidades da região de inserção da UESC. A equipe do caminhão é composta por professores da UESC que coordenam as equipes de monitores/mediadores dessas áreas. O monitores/mediadores são alunos dos cursos de licenciatura e bacharelado em Química, Física, Matemática e Biologia.


Como surgiu a ideia do Caminhão e o que vocês esperavam alcançar com esse projeto?
 

O projeto do Caminhão na verdade teve início em outro projeto de extensão da UESC, o Parque do Conhecimento, que tem a mesma essência do Caminhão. Em 2004 a Academia Brasileira de Ciências, juntamente com o MCT, lançaram o edital do Projeto Ciência Móvel e fomos contemplados e desde então o Parque do Conhecimento ganhou rodas. Atualmente ambos os projetos são desenvolvidos simultaneamente e em breve, mais precisamente em outubro próximo, estaremos inaugurando em Ilhéus o Cais ConsCiência, espaço destinado a exposições e atendimento a professores e alunos da educação básica da região. Entre os objetivos do Caminhão estão a inserção social do cidadão através da alfabetização científica, difundir o conhecimento na área de ciências e a promover o acesso dos cidadãos ao universo dos meios, conteúdos e conhecimentos científicos.

Esse tipo de iniciativa é pioneira na região Ilhéus-Itabuna ou existem outros projetos de divulgação científica que integrem a universidade com as escolas?
 
A UESC possui diversos projetos de extensão e alguns integram a universidade com as escolas; entre eles podemos citar os projetos “A importância da Educação Científica na Formação do Professor do Ensino Médio e Fundamental”, “Biomedicina nas Instituições de Ensino”, “Brincando e Aprendendo na Educação Infantil”, “Difusão de Astronomia no Sul da Bahia”, “Formação Continuada de professores de Química no Ensino Médio”, “Plantas Medicinais na Escola: Cultivando Saúde e Cidadania” entre outros.

Você pode citar algumas das atividades/experimentos realizados no Caminhão?

São várias as atividades/experimentos nas mais diversas áreas: entre elas podemos destacar os experimentos como Van der Graaf, a hidroelétrica, o capacitor de Tesla, o paradoxo mecânico, a lâmpada de lava, experimentos sobre fluorescência e fosforescência, o globo de plasma, a cama de faquir (cama de pregos), fósseis, coleção entomológica, atividade de conscientização sobre a preservação de animais peçonhentos, jogos e atividades lúdicas para o desenvolvimento do raciocínio lógico e atividades que objetivam conscientizar o público da importância da higienização na prevenção de verminoses e parasitoses.

Como é a realização das atividades/experimentos? Quem coordena essas atividades?

São realizadas exposições itinerantes em escolas (na maioria das vezes) e em centros comunitários. Os interessados em receber o Caminhão entram em contato por e-mail ou telefone, enviam ofício manifestando interesse e então a exposição é agendada. Quem recebe o Caminhão fica responsável pela divulgação da exposição na localidade e também pelo fornecimento da infra-estrutura mínima necessária (local coberto, energia elétrica, hospedagem quando necessária e alimentação para a equipe). Atualmente eu tenho respondido como coordenador geral do projeto, mas cada área tem um professor orientador/coordenador.

Qual o tipo de envolvimento dos alunos da universidade e dos alunos do Ensino Básico no projeto?

Os alunos da Universidade participam como monitores/mediadores. Entre eles há os bolsistas e os voluntários. Eles ficam responsáveis, juntamente com os professores orientadores, pelo desenvolvimento, manutenção e apresentação das atividades nas exposições. Não temos alunos do Ensino Básico envolvidos diretamente no projeto. Eles compõem a maior parte do público que visita as exposições.

Quais os frutos desse projeto?  

Temos apresentado trabalhos em diversos eventos, entre eles nos dois últimos ENEQ's, nos Encontros de Educação Química da Bahia (EDUQUI), nas últimas reuniões da RedPop (Red de Popularización de la Ciencia y la Tecnologia en America Latina y el Caribe – UNESCO) e em encontros de Física, Biologia e Matemática.

Quais seus projetos futuros para a área de Ensino de Química?  

Com meu envolvimento nos projetos do Parque do Conhecimento, Caminhão com Ciência e Cais ConsCiência pretendo continuar desenvolvendo projetos e trabalhos nas áreas de divulgação e popularização da ciência e educação científica em espaços não formais.

Como os interessados podem agendar a visita do Caminhão com Ciência?

Basta enviar ofício para o e-mail caminhaocomcienciauesc@gmail.com manifestando interesse. É importante que nesse ofício tenha telefone para contato, endereço e uma sugestão de data para a exposição. Atualmente o agendamento das visitas tem sido feito com uma antecedência de 6 meses no mínimo.
 

Obrigada, prof. Neurivaldo.

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O prof. Dr. Neurivaldo José de Guzzi Filho é graduado em Química e mestre em Química pela UFSCAR e doutor em Química pela UNESP. É professor titular da Universidade Estadual de Santa Cruz, na Bahia.

3 de agosto de 2008

Entrevista com o prof. José Luis Barros Silva

Entrevista com o prof. Dr. José Luis de Paula Barros Silva



Você vem de uma área considerada a mais “dura” da Química, que é a Físico-Química. Como e por que você começou a se interessar e trabalhar na área de Ensino de Química?

A físico-química me atrai pela estrutura teórica que possibilita a construção de explicações dos fenômenos materiais. Por outro lado, o ensino me atraiu desde muito cedo, pelo prazer de explicar. Comecei a ministrar aulas de reforço escolar aos quatorze anos e não parei mais. De fato, ao me voltar para o ensino de química não me afastei da físico-química, não só porque sou professor dessa matéria, mas também porque minhas pesquisas em ensino e aprendizagem estão voltadas para os conceitos químicos, o que me traz, sempre e sempre às formulações conceituais físico-químicas. Para ensinar é preciso compreender antes e construir uma nova explicação, para aqueles que sabem menos. Acho que o ensino de química acabou dominando minha pesquisa porque o processo de elaborar explicações didáticas é um desafio intelectual muito gratificante quando dá certo, ou seja: quando ajuda alguém a compreender.


Quais são as suas principais preocupações relacionadas à área? No que você mais investe ao estudar sobre os problemas do ensino de Química nas escolas e/ou universidades?

Interesso-me pela estrutura teórico-conceitual da química, os significados dos termos químicos (e físico-químicos), as relações entre os conceitos, a construção das explicações nos níveis macro e microscópico e como tudo isso pode ser ensinado, do nível fundamental ao superior.


No Programa de Pós-graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências, onde também leciona e é, atualmente, o coordenador, você costuma ministrar disciplinas relacionadas com teorias de ensino-aprendizagem. Qual ou quais você considera mais adequada(s) para a compreensão dos processos e a aplicação no ensino da Química?

Eu tenho trabalhado com a Teoria da Aprendizagem Significativa há algum tempo, porque tem satisfeito minhas expectativas ao aplicá-la em condições reais de sala de aula. Entretanto, mais recentemente, senti necessidade de entender o processo da produção de significado de um modo mais detalhado, o que essa teoria não alcança. Então, tenho estudado a formação de conceitos segundo Vigotski e pretendo estudar outros autores para dar conta dessa necessidade. Com isso quero dizer que os alcances e limites das teorias é que as tornam adequadas aos problemas que pretendemos resolver. Não há como decidir por uma teoria antes de definir o problema de estudo.


Com relação à formação do professor de Química, como você acha que deve ser? Acha que os modelos que vemos nas universidades atualmente estão no caminho certo? Falta alguma coisa?

A formação do professor de química tem sido objeto de minhas preocupações há alguns anos. Creio que as Diretrizes Curriculares Nacionais para Formação de Professores da Educação Básica (parecer CNE/CP 009/2001) foi um avanço em relação ao sistema 3 + 1, que considera o licenciado em química como um químico com domínio da “arte de ensinar tudo a todos”. Esse tipo de formação, preponderante nas universidades, salvo algumas exceções, não tem funcionado bem. O Núcleo de Pesquisa em Ensino de Química da Ufba tem centrado a discussão e os esforços na articulação da Educação com a Química durante o processo de formação, seja ela inicial ou continuada, porque entendemos que este é um ponto fulcral. Nesse sentido, intervimos no currículo da Licenciatura em Química e introduzimos quatro novos eixos de discussão: o ensino de química como práxis; a história e a epistemologia como próprias do ensino de química; o papel da experimentação no ensino de química; a contextualização no ensino de química. O currículo está em implantação e, daqui a alguns anos, poderemos ter uma avaliação dos resultados. Uma primeira versão do texto onde discutimos esses pontos encontra-se em http:www.sbq.org.br/30ra/worshop.php
. A versão final do artigo deverá ser publicada ainda este ano.


Como um dos fundadores do EDUQUI, como você vê o evento atualmente e o que espera para o futuro? Você acha que o EDUQUI está alcançando seus objetivos? Quais seriam esses objetivos?

O Eduqui tem cumprido o papel de ser momento e lugar de encontro e troca de experiências de professores de química e pesquisadores de ensino de química. A cada Eduqui eu vejo os participantes entusiasmados e ouço comentários elogiosos ao evento. Mas eu gostaria que houvesse mais continuidade das atividades nos intervalos dos congressos para funcionar como um projeto de formação permanente de professores-pesquisadores. Para tanto precisamos de mais pessoal qualificado para dar conta desse projeto. Penso que à medida que formarmos mais pesquisadores em ensino de química na Bahia poderemos avançar nessa direção.


Você está desenvolvendo algum projeto no momento?

Estou desenvolvendo vários projetos em colaboração com colegas, relativos ao ensino e à aprendizagem de conceitos químicos. Temos trabalhado na investigação dos conceitos estruturadores do pensamento químico, buscando elucidar a elaboração histórica de seus significados; na discussão dos conceitos químicos adequados ao nível fundamental de ensino e em como ensiná-los; na formação inicial de professores, conforme comentei acima; no ensino de conceitos específicos, em nível médio e superior.


Este blog é direcionado ao professor de Química e a licenciandos em Química. Alunos do Ensino Fundamental e Médio que estudam Química também passam por aqui, mas acho que os maiores beneficiados pelo blog são mesmo os professores e futuros professores. Então, gostaria que você deixasse alguma mensagem para esses nossos colegas que passam por tantas dificuldades e às vezes acham que nada pode melhorar.

Parece-me que a causa maior da desmotivação dos professores é a falta de reconhecimento da importância social do seu trabalho, mais visível através do baixo salário. Para atacar esse problema é necessária uma organização coletiva para lutar pelas melhorias. O piso salarial nacional que está para ser oficializado pode ser uma ajuda. Quanto ao trabalho propriamente dito, há que se lutar por melhores condições das instalações escolares, por tempo para estudar. Acho que a formação de grupos de estudo formados por professores da educação básica, da educação superior e estudantes de graduação pode ser um modo de incentivar e melhorar o trabalho de todos nós.



Obrigada pela entrevista, prof. José Luis.


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O prof. Dr. José Luis de Paula Barros Silva é graduado em Química, mestre em Física e doutor em Química. Todos os títulos foram obtidos na Universidade Federal da Bahia (UFBA). É professor do Instituto de Química da UFBA e professor e coordenador do Programa de Pós-graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências, UFBA/UEFS.


6 de junho de 2008

Entrevista com Attico Chassot

Entrevista com o prof. Dr. Attico Chassot


Chassot, o livro que o torna ainda mais famoso, o Alfabetização Científica, teve uma grande repercussão na área de Ensino de Ciências. Nessa entrevista, não gostaria de falar muito sobre ele, pois muito já se falou, mas gostaria de saber se você tem percebido que suas idéias foram bem entendidas e aplicadas nas escolas e por professores de todos os cantos do Brasil por onde você já andou e anda?

Muito querida Alcione, preliminarmente devo fazer duas menções: a primeira, a alegria de estar participando desta entrevista no teu blogue. Neste espaço se faz a tese que tenho defendido: ‘Uma maneira pós-moderna de se fazer Educação à distância de maneira não formal’. É preciso nos darmos conta do quanto com blogues podemos usufruir de uma rapidação na difusão do conhecimento... um livro chega a levar dois anos entre o tempo de entrega a uma Editora e seu ‘vir a lume’. Num blogue, o que produzimos hoje, é lido hoje. E mais: esses escritos são menos efêmeros que se imagina. Não raro, meses depois de postado um assunto, estamos recebendo retornos ao mesmo. Lamento apenas que nossos leitores não têm o hábito comentar os escritos. Menos de 10% dos leitores que visitam meu blogue deixam comentários. A segunda, dizer de minha surpresa em saber que é o “Alfabetização Científica: questões e desafios para a educação” que me torna mais famoso. Este livro teve quatro edições, são cerca de 8 mil exemplares. O “A ciência através dos tempos” já teve 19 edições, com quase 80 mil exemplares. Para mim o “Alfabetização científica: questões e desafios para a educação” é o mais querido dentre os oito livros solo que escrevi – estou incluindo aqui os dois esgotados: ‘A Educação no ensino de Química’ e ‘Catalisando transformações na Educação’ e excluindo os dois livros que organizei e os vários onde tenho capítulos – talvez porque os direitos autorais de suas quatro edições são do Setor de Educação do MST. Isso para mim é algo muito grato. Talvez já tenha havido que o deixasse de comprar por isso. Mas talvez ele também tenha sido muito divulgado por isso.

Posta essa extensa preliminar a tentativa de resposta a tua pergunta: "mas gostaria de saber se você tem percebido que suas idéias foram bem entendidas e aplicadas nas escolas e por professores de todos os cantos do Brasil por onde você já andou e anda?". Presunçosamente vou responder que sim. Recebo muitos retornos de professoras e professores que o usam e mais, o fazem objeto de dissertações. Há até uma comunidade no Orkut de leitores do “Alfabetização Científica: questões e desafios para a educação” e isso é muito gratificante Talvez a tese mais relevante que trago no livro é o quanto devamos estar atento aos currículos ilegais que nos são impostos e também do quanto se pode usar os saberes primevos ou os chamados saberes populares para fazer deles saberes escolares. Outro mérito do texto é que não o escrevo para meus pares da Academia. Eles sabem os assuntos, acerca dos quais me atrevo a dissertar, melhor que eu. Escrevo para aqueles e aquelas que necessariamente não fazem mestrado ou doutorado. E o melhor, eles gostam do livro porque eles o entendem. Acredito que sei falar uma linguagem exotérica (aberta, do domínio de muitos...) e não uma esotérica (hermética, fechada, acessível a poucos). Por isso acredito que possa responder sim a tua interrogação, mesmo que não tenha a preocupação de formar escola, mesmo que muitas vezes tenho alunas e alunos e mesmo leitores que não conheço pessoalmente que se dizem ‘chassotianos na maneira de fazer Educação!’ mas isso parece exagero, mas massageia o ego.


Além desse livro, existem outros em que você trata de assuntos polêmicos como o "Educação conSciência", em que aborda bruxaria, demonologia, inquisição. Como isso é visto pela instituição em que você trabalha, que tem um fundo religioso forte, e por seus leitores mais religiosos?

O “Educação conSciência” foi escrito em 2002, enquanto fiz pós doutoramento na Espanha. Lá os temas que tu citas são fortes e eu soube me aproveitar de ter acesso a bibliotecas onde abunda literatura sobre o tema. Ele foi publicado enquanto eu era professor da UNISINOS, uma instituição jesuítica, que nunca pôs qualquer restrição. Aliás, a editora da UNISINOS publicou o “A Ciência é masculina? É sim, senhora!” já com três edições que é muito mais ácido com as religiões. Minha atual instituição também é confessional – Centro Universitário Metodista IPA – e nela minhas falas não precisaram mudar o tom. Meus livros têm sido impiedosos com as religiões. Olha a frase capitular do “A ciência através dos tempos”: ‘Admira, meu filho a sabedoria divina que fez o rio passar perto da grande cidade!’. Esse livro antes do Concílio Vaticano II (1962-65) estaria no ‘Index librorum prohibitorum’. Claro que essas posturas ‘atrapalham’ os mais religiosos, ou melhor, os mais fundamentalistas. O “Alfabetização científica: questões e desafios para a educação” tem um capítulo sobre islamismo que tem cada vez maior atualidade.


Você está lançando um novo livro agora, não é? Poderia falar um pouco sobre ele?

“Sete escritos sobre Educação e Ciências” é, talvez, o mais original e também o mais reflexivo dos meus seis livros que estão em circulação. Ele faz tessituras com interrogantes que instigam à leitora ou ao leitor a uma parceria intelectual. É salutar nos associarmos, nesta brecha formada por um intervalo finito – e que parece cada vez mais estreito – entre um passado revoluto e um futuro quase imprevisível. É nesse espaço quase exíguo que cada um faz história nessa aurora trimilenar. Assim, parece importante procurar entender como se deu/dá/dará a construção do conhecimento; propor um ensino das Ciências com dimensões ambientais; ao afirmar que o senso comum possa ter bom senso, se retorna ao polemizar, tão ausente nas salas de aula; com a História da Ciência mirar acontecimentos que, mesmo irrelevantes, foram cruciais para entendermos como homens e mulheres fazem história; envolver-se em discussões quase bizantinas como batizar ou não batizar robôs; inteirar-se de um tema polêmico: a vingança da tecnologia, sonegado nas salas de aula; e experenciar uma prática de pesquisa onde estudantes se fazem pesquisadores de saberes populares. Ele tem ao lado dos sete capítulos que estão antes sinalizados pelo menos três originalidades: A primeira é um hebdomadário. É resultado do número quase cabalístico de capítulos de ‘Sete escritos sobre educação e ciência’, e também de uma de minhas continuadas interrogações acerca dos nomes dos dias da semana e a sua associação com esse místico número sete. Mesmo que não imagine que cada capítulo ocupará o leitor em um determinado dia da semana, por um artifício muito pessoal, cada capítulo tem como frontispício um texto envolvendo cada um dos sete dias de semana. Assim, abertura reúno algumas divagações acerca dos nomes dos dias sem que isso tenha qualquer relação com o livro, salvo tratar-se de algo acerca de como se deu mais uma das muitas construções culturais dos humanos e parece se constituir num recurso para aprendermos a pensar. Como o mítico sete está na história mais remota dos humanos, particularmente no nosso fazer já antanho de dividir o tempo em semanas e, ainda hoje - exceção feita ao português - a associar cada dia da semana a uma divindade, a mitologia está fortemente presente em cada uma das sete aberturas. A primeira delas é antecedida de um texto mais extenso - digamos que se trata do prefácio das aberturas - onde não só evidencio a presença do sete na mitologia, e nas religiões, mas também no nosso cotidiano. As duas outras, estão na dimensão da bibliografia, esta sempre tão significativa, para nos remeter aqueles e aquelas aos quais nos abeberamos das idéias para tecer nossos textos; os dois acessórios à bibliografia são a Sofiapédia e a Alexandríola.

A Alexandríola – diminutivo carinhoso de Alexandria – é formada por microrresenhas de alguns dos livros citados ao correr dos capítulos, que aparecerão com a indicação de ‘um livro aberto’ sempre que forem referidos. Acredita-se que os livros destacados para a Alexandríola merecem mais que uma simples citação na bibliografia e por isso ganham essa expansão nas informações sobre os mesmos. Esta sessão quer, pretensiosamente, atiçar a cada uma e cada um para ampliar leituras. E aqui já um aperitivo: mesmo sendo este um livro de não ficção, na sessão que aqui se preliba, as obras ficcionais também estarão muito presentes, até porque elas são as grandes facilitadoras em nosso processo de construção do conhecimento, especialmente no nosso continuado aprendizado na arte das escrituras. Há ainda, nesta biblioteca, uma ilha ou uma pequena videoteca, onde aparecem informações de alguns vídeos, que no texto aparecem com sinal >; ali o leitor além de encontrar uma pequena ficha técnica do filme, encontra sugestão do uso em sala de aula. Sonhadoramente imagino que o leitor que adentrar nessa Alexandríola viverá sensações de deleite por estar em uma biblioteca. Relevem minha pretensão. Tenho um colega muito amigo, assíduo à biblioteca que se refere a essas suas visitações como “vou tomar a minha cachacinha”. Eu devo confessar, antecipando que nisso já tive adesão de outros, que mesmo que prelibe o ir à biblioteca, quando lá estou por muito tempo, me assalta, com freqüência, uma sensação de culpa, pois parece que devia estar em minha sala trabalhando. É como se a biblioteca fosse local de fruição de prazeres indevidos em expediente de trabalho.

Sofiapédia é uma sessão ao final do livro a qual leitoras e leitores serão convidados quando, ao correr da leitura, surgirem tópicos que não comportam uma nota de pé de página ou um parêntese explicativo; estes trarão o assinalamento de um par de óculo: numa homenagem à Thomas Kuhn de quem aprendi a metáfora do uso de óculos como os diferentes artefatos culturais (Ciência, Religiões, Mito, Saberes Primevos, Senso comum, Pensamento mágico...) que usamos para ver o mundo natural. O assunto que tiver indicado um óculo será encontrado na Sofiapédia em um verbete especial, em ordem alfabética. Gostaria de dizer que, ao trazer acepções de algumas palavras, não quero menosprezar a inteligência do leitor e muito menos admitir que hoje possamos fazer uma escrita ou uma leitura sem a companhia permanente de um bom dicionário. Posso supor apenas que eu tenha mais a mão algum recurso usualmente não disponível no momento que se está fazendo a leitura, até porque esse livro não é para ser um e-book. Na abertura da Sofiapédia – tópicos amealhados se constituem em um conjunto de saberes (Sofia) para fazer educação (pedia) – faço uma homenagem àquela que sempre é referência quando evocamos a uma produção coletiva do conhecimento: a enciclopédia francesa.


O blog Ensino de Química é, principalmente, voltado aos professores, de todos os níveis de ensino. Como você vê a atuação dos professores, principalmente com relação à abordagem da história da Química e da evolução dos conceitos químicos?

Acredito que o teu blogue baiano, como aqueles do Emiliano (de Caxias do Sul), da Cristiana (do Rio de Janeiro), da Thaiza (de Goiânia) fazem uma importante alfabetização científica. Aqui uma nota de rodapé: quando cito as origens territoriais dou-me conta da globalização da internet, pois aonde estão os blogueiros não interessa. Professoras e professores hoje precisam cada vez mais de fontes como esta que vocês oferecem. Lamentavelmente a História e Filosofia da Ciência ainda está distante destas preocupações. Tenho no meu blogue falado um pouco disso. Assim, não foi sem orgulho para quem escreve a cada dia faz a postagem de pelo menos um lauda, ler que o Moises Alves de Oliveira, que foi meu orientando de doutorado, tem incentivado seus alunos de mestrado e de especialização da UEL de Londrina a visitar o meu blogue. Fiquei muito feliz e vejo minha responsabilidade aumentada.


Sei que você não quis se aposentar quando chegou a hora. Poderia estar se dedicando mais a outros aspectos da sua vida, mas continua dando aulas e viajando por todo o Brasil para ministrar cursos e palestras. O que te motiva?

Estou no meu 48º ano de magistério. Cada ano parece ser o primeiro. A sala de aula me faz bem. Além das aulas na pós-graduação, tenho duas noites de aulas (19h10min às 22h50min) na graduação para quase 200 alunos. Isso não é trivial. As palestras me gratificam ainda mais. Hoje tenho recusado muitos convites por falta de lugar na agenda. Tenho varado noite em ônibus para dar palestras. Numa semana deste maio que recém terminou, fiz mais de 1800 km em ônibus; isso me rejuvenesce. Tu podes imaginar que não faço isso por dinheiro. Dôo a metade de meus honorários em livros à instituição que me convida.


O que você tem a dizer aos professores que, por muitas razões, estão tão desmotivados em suas salas de aula?

Diria que vale a pena encantar alunas e alunos com a Ciência. Mostrar o quanto por sermos mais bem alfabetizado cientificamente poderemos contribuir para que as transformações que ocorrem no Planeta sejam para que se tenha uma vida com mais qualidade. Alcione, vale considerar que aquelas e aqueles educadores que são teus leitores de per si – releva, mas essa locução prepositiva foi escolhida para dar um tom acadêmico à entrevista que se encerra – são privilegiados. Tenho afirmado de modo continuado, aderindo a Zigmunt Bauman, que hoje o que distingue os pobres – pessoas ou pessoas ou países – dos ricos não é só que os pobres possuem menos bens, mas é fato de que a grande maioria deles está excluída da criação e dos benefícios do saber científico. Nós, que nos envolvemos com Educação, é que devemos ajudar a disseminar o saber científico. Lamentavelmente, nós mesmos fazemos exclusões! Como? Mais de uma vez disse em minhas falas: “Aqueles de vocês que desejarem as lâminas dessa apresentação, podem recebê-la se me enviarem um correio eletrônico que eu as envio!”. Não digo para me mandarem uma carta que vou tirar uma cópia e envio por correio postal. Hoje aqueles e aquelas que não têm um arroba no endereço são excluídos. Temos que pensar em apoiar também os pertencentes ao MS@ – Movimento dos Sem Arroba no endereço –, ou mais fazer com que estes, por ascenderem ao status de incluídos, possam ter acesso aos benefícios da tecnologia. Tenho dito que ‘não adianta espiar esse novo mundo pós-moderno que está aí, mas sim adentrar nele’ e a recente definição do governo da República de equipar todas as Escolas urbanas de conexão à internet por banda larga, será um facilitador para que se diminua o número de abrigados ao MS@. Tomara que muito breve um número cada vez maior de educadoras e educadores possam ler blogues de qualidade como o Ensino de Química. Estaremos então fazendo alfabetização científica à distância com diminuição dos excluídos digitalmente.


Obrigada pela entrevista, prof. Chassot.

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O prof. Dr. Attico Inacio Chassot é Licenciado em Química pela UFRGS, tem Mestrado (UFRGS), Doutorado (UFRGS) e Pós-doutorado (Universidad Complutense de Madrid) em Educação. Atualmente leciona no Centro Universitário Metodista de Porto Alegre.


13 de março de 2008

Entrevista com Gerson Mól

Há algum tempo tenho essa vontade de colocar entrevistas com pessoas da área do Ensino de Química aqui no site e essa idéia está começando a se concretizar!


Hoje, inauguro essa seção do blog com a entrevista com o prof. Dr. Gerson Mól, que muitos devem conhecer por causa do livro Química & Sociedade, do qual ele é co-autor.


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Entrevista com o prof. Dr. Gerson Mól




Como surgiu a idéia dos módulos de Química & Sociedade?


A idéia surgiu a partir da LDB que propõe uma flexibilização dos currículos. Entendíamos na época que o livro didático engessa muito a organização dos conteúdos. Os módulos foram concebidos considerando que cada professor poderia propor uma seqüência de utilização. Essa idéia persiste, em parte, no livro, na medida em que tentamos manter certa autonomia de conteúdo nas unidades de forma que possam ser trabalhadas em diferentes seqüências.


Como foi a escolha dos temas de cada módulo?

Como somos uma equipe grande (oito professores), essas decisões foram tomadas a partir de sugestões e debates. A idéia sempre foi buscar temas de relevância sócio-ambiental que despertasse o interesse dos alunos e, ao mesmo tempo, permitisse uma boa relação com o conteúdo a ser abordado.


Todos os módulos foram publicados antes da publicação do livro?

Foram publicados os 4 primeiros módulos. O quinto e o sexto chegaram a ser enviados à editora, mas o Programa Nacional do Livro Didático para o Ensino Médio - PNLEM – previa que só poderiam participar coleções de três volumes ou volumes únicos. Por isso, centramos nossos esforços no volume único.


Já que a idéia de módulos temáticos ao invés de livros didáticos tradicionais para o ensino de Química era nova, vocês encontraram algum tipo de resistência?

Na verdade não encontramos resistência, mas uma dificuldade dos professores em perceber que o livro didático pode ter um formato diferente do tradicional. Era comum os módulos serem chamados de revista, devido à semelhança física. Para isso já tínhamos um discurso pronto para explicar que era um livro didático em formato diferente.


Por que os módulos se transformaram em um livro? Que características diferenciadas possuem o livro Química & Sociedade?

Essa foi uma exigência do PNLEM e não queríamos perder a oportunidade de ver nosso trabalho chegar a alunos de toda rede pública de ensino. Além disso, tivemos que atender outra exigências do programa como, por exemplo, eliminar qualquer imagem que pudesse ser entendida como um propaganda de qualquer marca.


Muitos professores do Ensino Médio ainda têm restrições quanto à utilização do material do PEQUIS (módulos e livro). O que você pode dizer a esses professores? Como eles devem utilizar o material?

O novo sempre assusta. É mais cômodo ficar no lugar seguro do que já conhecemos e sabemos onde vamos parar. Mesmo que não gostemos desse resultado. Entretanto, inovar é criar possibilidades e novos resultados. É renovar o ânimo em busca de melhores resultados. Como o professor é sempre o ator principal na condução do processo de ensino-aprendizagem, ele pode dar o tom que melhor lhe convier e inovar aos poucos. Tenho muito clareza que um “péssimo livro” nas mãos de um professor bom pode dar bons resultados. Por outro lado um “excelente livro” nas mãos de um professoe despreparado e desinteressado não vai ajudar muito. Entretanto, a combinação de bons livros e professores preparados e motivados pode revolucionar o ensino. É comum ouvirmos depoimentos de professores dizendo que tinham receio de utilizar o livro, mas que ao iniciarem perceberam o quanto é melhor trabalhar com ele.


Falando um pouco mais sobre você, agora, com o que mais gosta de trabalhar nessa área de Ensino de Química?

Gosto de trabalhar com gente. É muito bom ver o brilho nos olhos dos alunos (mesmo que esses alunos sejam professores). É muito bom encontrar um ex-aluno e ver que ele está seguindo em frente firme. É bom sentir que podemos contribuir para um mundo melhor. Acho que o magistério nos dá essa possibilidade. Temos o poder de mudar e estamos mudando...


Em que tipo de projeto você está engajado no momento?

Estamos trabalhando num projeto para o desenvolvimento de atividades para o ensino de Química a alunos com deficiência visual. A inclusão é uma necessidade imposta a qualquer sociedade que se proponha a ser justa. Estamos preparando todo o “Química & Sociedade” para que esse alunos tenham acesso à nossa querida e fantástica Química.


Obrigada pela entrevista, professor Mól.


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O prof. Dr. Gerson de Souza Mól é Bacharel e Licenciado em Química pela UFV, tem Mestrado em Química pela UFMG e Doutorado em Química pela UNB, no qual trabalhou com um projeto voltado para o uso de analogias no ensino da Química.

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