29 de março de 2008

Aula Participativa



Esse material me foi passado pelo prof. Dr. Neurivaldo de Guzzi Filho, da Universidade Estadual de Santa Cruz, quando trabalhávamos juntos. Acredito que seja uma boa forma de trabalhar a Química, fugindo do método tradicional e incorporando algo de muito valor e que poucos professores atentam para esse fato: a participação do aluno no processo ensino-aprendizagem não pode ser somente o de ouvinte. Assim, o trabalho se torna algo mecânico e sem vida.


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AULA PARTICIPATIVA




Esta aula é um dinâmica que visa, sobretudo, à participação ativa de todos os alunos, a fim de despertar sua criatividade, hábitos de estudo, bom relacionamento, auxiliando-os a superar suas inibições e fazendo perceber que há formas de aquisição do conhecimento além da assistência às aulas convencionais. Sua viabilização se dá por meio do desempenho de diversas funções assumidas pelos alunos. Cada função pode ser desempenhada por um ou mais alunos, ficando sua designação a cargo do professor, que levará em consideração o número de alunos da turma, os talentos e inclinações de cada um e a efetiva participação de todos.
Essas funções são descritas a seguir.

Animador: O animador é aquele que introduz de forma coordenada, todas as atividades a serem desenvolvidas pelos colegas. Sua função é semelhante à de um apresentador de programa de TV. Para executar bem sua função, ele deve ter um roteiro em que constem os nomes dos aluno, suas respectivas funções e um breve resumo do que cada um irá apresentar. Esse roteiro deve ser organizado na mesma ordem em que os eventos se sucederão realmente. Ele também controla o tempo, permitindo que todos participem, e apaga a lousa quando necessário.

Assessor de programação: A pessoa a assumir essa função deve ser muito dinâmica, comunicativa e ter um bom relacionamento com os colegas. Cabe-lhe organizar a sequência de todas as atividades e elaborar o roteiro a ser seguido pelo animador. Para que isso seja feito a contento, o assessor de programação deve obter informações de todos os colegas para saber qual a função e o trabalho a ser apresentado por cada um. Essas informações são organizadas sistematicamente e transmitidas ao animador. O assessor é um mediador. Ele também deve auxiliar a organização de todo o material a ser utilizado na aula, dispondo-o de modo facilmente acessível.

Pesquisador: Haverá três categorias de pesquisa para essa função:
a) Pesquisa de opinião: Visa à obtenção de informações sobre a utilização de um determinado tema ou assunto do dia-a-dia. Para isso, deve-se elaborar um roteiro de entrevistas cuja forma – questões estruturadas, semi-abertas ou abertas – será definida em conjunto com o professor. Igualmente, com o auxílio do professor, será definida a “amostragem” da população a ser entrevistada.
b) Pesquisa experimental: Consiste na realização de experiências em laboratório sob a orientação do professor. O objetivo é colocar o aluno em contato com o método científico desde a formulação de hipótese, sua testagem, confirmação ou rejeição e a produção de relatório.
c) Pesquisa bibliográfica: Como sugere o próprio nome, trata-se da pesquisa em fontes bibliográficas, que pode ser desenvolvida, por exemplo, em bibliotecas.

Entrevistador: Entrevista, de maneira sistemática, profissionais habilitados para obter informações relevantes sobre o tema ou assunto.

Expositor: Sua função é fazer uma breve exposição teórica sobre um determinado tema.

Monitor: O trabalho do monitor complementa o do expositor. Sua função é demonstrar a aplicação prática daquilo que foi abordado pelo expositor no campo teórico. Dessa forma, ele pode resolver um exercício, propor e solucionar um problema, construir e apresentar um modelo ou maquete etc.

Jornalista: Recolhe informações de todas as outras funções e realiza observações durante a aula, anotando-as. Organiza essas informações e anotações para compor uma matéria jornalística, a qual será apresentada na aula seguinte, podendo ser exposta em mural no pátio da escola, eventualmente, publicada em informativos internos do colégio.

“Ombudsman”: Faz uma crítica da aula destacando tanto pontos positivos quanto negativos.

Cenarista: É o responsável pela caracterização do ambiente. Prepara e afixa cartazes, recortes etc. Também cuida da sua remoção ao término da aula. Além de preparar o ambiente físico para aula, o cenarista explica o seu significado, usando o tempo que lhe é reservado.

Incentivador: Essa função deve ser exercida com muita responsabilidade e critério. O incentivador observa o desempenho dos colegas e premia aqueles que julgar os melhores. Cada premiação deve ser devidamente justificada.

Artista: Essa função, embora opcional, é importante. Sua atribuição criativa pelo professor pode proporcionar situações em que aprendizagem a lazer se aliem. Em função das características da disciplina e do clima que se queira imprimir à aula, podem-se designar funções como: desenhista, músico, sonoplasta, poeta, ator, fotógrafo, cinegrafista etc.

Avaliador: Responsável pelas papeletas de notas ou conceitos. No início da aula, distribui a relação dos nomes dos alunos para que todos os avaliadores possam lançar nela a nota ou conceito de cada aluno. Faz a média final.

Memória: Elege um aspecto, tópico etc. do conteúdo que julgar relevante, abordado durante a aula e sobre isso faz uma síntese, ressaltando sua importância teórica e/ou prática.

Disciplinador: Cuida da disciplina da classe. Para isso, deve observar os colegas indisciplinados e chamar sua atenção de modo delicado e educado, mas com firmeza. É uma função muito importante, pois contribui com o bom andamento da aula.

É fundamental para o sucesso da aula que o professor assessore, oriente e supervisione todas as funções em todas as suas fases, desde o planejamento até a execução. Também é indispensável que, no final da aula, o professor teça comentários inteligentes, descrevendo aspectos positivos e negativos, fazendo-o com sensatez e prudência, respeitando as limitações e valorizando as potencialidades de seus alunos.


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