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5 de novembro de 2021

Conversa sobre ciência e divulgação científica

divulgacao cientifica
 

Há alguns meses concedi uma entrevista à assessoria de comunicação da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, instituição onde leciono e tenho projetos na área de divulgação científica.

Na oportunidade, pude falar um pouco sobre o método científico, sobre a importância da ciência na sociedade e sobre o LADIQ (Laboratório de Divulgação Química do Sudoeste da Bahia), o programa de divulgação e educação científica do qual sou uma das coordenadoras.

Veja a matéria clicando aqui e conheça um pouco do trabalho do laboratório.

 

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➕ Livros sobre o tema:

7 de agosto de 2020

O que a explosão em Beirute nos ensina?

beirute-explosão

Este início de semana foi marcado pela notícia da explosão de grandes proporções no porto de Beirute, uma tragédia que nos deixou comovidos e impressionados.
 
Recebemos vários vídeos pelo WhatsApp, vimos várias notícias na internet e só neste momento muitos descobriram os perigos do nitrato de amônio, o principal suspeito de ter causado esta grande destruição.⁣ O sal inorgânico, de fórmula NH4NO3, é comumente usado como fertilizante. Aí muita gente se perguntou (inclusive recebi mensagens de amigos a respeito): mas como um fertilizante, algo aparentemente inofensivo, pode causar tanto estrago? É nessas horas que muitas pessoas acabam descobrindo que o conhecimento sobre Química é algo importantíssimo na sociedade. Ou, pelo menos, é um bom momento para fazermos as pessoas compreenderem isso!⁣
 
Quando armazenado de forma inadequada, o nitrato de amônio pode ser muito perigoso. Se exposto a altas temperaturas, pode se decompor, gerando gases que se expandem e causam a explosão como a que vimos no acidente em questão.⁣
 
Um "pequeno" detalhe que faz a diferença: conhecer a substância com a qual está lidando é essencial para a sua segurança e das pessoas ao redor.⁣
 
Professores e divulgadores da Ciência devem utilizar esse acontecimento para ajudar não só no aprendizado a respeito da Química por trás da explosão, mas também na valorização do conhecimento científico para nossa sociedade. Estamos vivendo tempos sombrios, em que as pessoas rejeitam a Ciência e acolhem facilmente fake news e pseudociência. Precisamos atuar fortemente na educação científica para a vida, não só para a aprovação em provas e exames.⁣
 
 
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2 de agosto de 2016

Química em Prática


Química em Prática

Hoje venho dar uma dica de blog com um conteúdo fantástico para vocês. É o Química em Prática, de Karoline Tarnowski.

Trata-se de uma bolsista do PIBID que resolveu compartilhar os materiais que desenvolve para suas aulas e projetos. Tem muita coisa interessante e tudo muito bem explicadinho, com modelos, imagens, vídeos, planos de aula e muito mais.

Vale a pena passar um bom tempo explorando o Química em Prática e descobrir informações e materiais para ajudar em suas aulas.

Para acessar o blog, clique aqui.




26 de outubro de 2013

O ferro no nosso organismo

Um bom programa sobre as funções do ferro no nosso organismo, com a participação do colega Luís Fernando Pereira.

Nele, o professor Luís explica sobre as apresentações do ferro (metálico e iônico), faz um experimento para mostrar a presença deste metal nos cereais matinais e muito mais. Vale a pena conferir e utilizar o vídeo como recurso didático.

Clique na imagem para assistir ao programa.

Clique aqui para ver outras participações do prof. Luís no programa Bem Estar.



16 de setembro de 2012

Educação para a sustentabilidade

Não adianta somente o professor falar sobre sustentabilidade para seu aluno. É preciso agir! Isso está mais do que provado, pois não é de hoje que se fala sobre o assunto na escola e não percebemos uma real mudança nas atitudes dos nossos alunos e da sociedade como um todo.

Com projetos interdisciplinares, já tão comuns nas escolas atualmente, é possível tratar o tema de forma mais efetiva, com a participação maior dos alunos no processo de ensino-aprendizagem, e com atitudes que façam-os perceber que é possível mudar hábitos em prol de um ambiente mais saudável.

No vídeo, destaco a parte em que alunos e professores se juntaram para construir um laboratório de Ciências para a escola, com materiais que iriam para o lixo.

Para ver o vídeo com o programa sobre educação para a sustentabilidade, clique na imagem abaixo.


3 de agosto de 2012

Um professor bem formado

"O que é um professor bem formado?" Este é o título do programa do Globo Educação que trago hoje para vocês. No programa, professores e alunos falam sobre a importância da formação inicial e continuada para a atuação docente.

O que me chamou a atenção no programa foi o fato de que não se falou somente sobre a prática profissional na motivação do aluno, mas também na motivação do próprio professor, algo que nem sempre se aborda quando se fala da formação.

O professor, na condição de profissional, precisa estar ciente do seu papel e concordar com isso, abraçar a profissão de verdade, senão sua vida será um pesadelo sem fim, o que fará com que as pessoas ao seu redor, inclusive seus alunos, também vivam num pesadelo.

Para ver o vídeo, clique na imagem abaixo:



8 de julho de 2012

Tela feita com sabão!

Achei esta notícia muito interessante. A tela mais fina do mundo feita com ingredientes que temos na nossa cozinha!

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Pesquisadores da Universidade de Tóquio, no Japão, prometem entrar para mais um recorde mundial de tecnologia. Segundo o New Scientist, os cientistas vão anunciar em agosto deste ano a tela de computador mais fina já desenvolvida no planeta. O que mais surpreende é que o display, de acordo com os criadores, foi feito apenas com sabão e alguns ingredientes de fácil acesso, como açúcar, glicerina, água, leite e surfactante (substância que diminui a superfície de contato entre dois líquidos).

Os desenvolvedores do visor observaram que a superfície de uma bolha de sabão é, na verdade, um material com duas características importantes: permite a passagem de luz através de si mesma e revela a cor da própria estrutura. Com base nessas propriedades, os japoneses criaram uma tela a partir de dois líquidos coloidais, possibilitando que o display alcançe medidas de apenas 1 nanômetro, ou um milionésimo de 1 milímetro. Ao mesmo tempo, os líquidos formam uma película resistente e ao mesmo tempo maleável.

Para deixar a tela de sabão resistente, os pesquisadores a estabilizaram por ondas de ultrassom. Isso significa que, no futuro, quando for instalado em um computador, o visor vai por fim a preocupação do usuário em riscar o monitor, já que o material será livre desse tipo de situação.

Além disso, os cientistas mostraram em um vídeo que o display de sabão também será capaz de reproduzir imagens em 3D e até hologramas. Pelo fato da tela ser manipulável, é possível controlar sua transparência através da frequência das ondas de ultrassom e, ao empilhar várias camadas de bolhas em conjuntos, o efeito tridimensional pode ser alcançado.

Os japoneses vão apresentar a nova tecnologia em agosto durante a conferência internacional de tecnologia gráfica, a Siggraph 2012, em Los Angeles, nos Estados Unidos.

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Clique aqui para ver a notícia original no site Olhar Digital.  Abaixo, o vídeo que mostra o display coloidal em funcionamento e suas possibilidades. Uma delas é fazer com que um objeto a atravesse em pleno funcionamento sem prejuízo para a película.


12 de outubro de 2011

Folha artificial sintetiza combustível a partir da luz solar


Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) criaram uma espécie de folha de árvore articificial capaz de criar combustível a partir da luz do sol. O protótipo recebeu esse nome porque, tanto quando a folha de uma árvore, consegue sintetizar um combustível químico e armazená-lo para gerar energia mais tarde.

Composta de uma célula de silício - mesmo material usado nas placas fotovoltaicas -, que tem mateirias catalisadores diferentes colados a cada uma de suas faces, a folha artificial não precisa de sistemas de controle externos. Em um tanque com água, o dispositivo começa a gerar bolhas, algumas de oxigênio e outras de hidrogênio. Se o recipiente tiver uma barreira que separe as duas correntes de bolhas, é possível armazená-las e utilizá-las mais tarde para a geração de energia. O exemplo citado pelos pesquisadores no artigo publicado na revista Science é o de usar as bolhas em uma célula que recombine os dois elementos químicos, transformando-os novamente em água, e libere corrente elétrica no processo.

Segundo Daniel Nocera, chefe da pesquisa e professor de química no MIT, a folha artifical é composta por uma fina lâmina de silício, usada para transformar os raios solares em eletricidade. De um lado da lâmina há uma camada de cobalto, catalisador resposável por liberar as bolhs de oxigênio - a descoberta de que o gás é combustível também foi feita por Nocera, em 2008. O outro lado da "folha" tem uma camada de liga de níquel, molibdênio e zinco, responsável pelas bolhas de hidrogênio.

O pesquisador destaca que cobalto, níquel e silício existem em abudância na natureza, o que barateia a construção do dispositivo. Esse seria um dos diferenciais da criação, uma vez que algumas iniciativas anteriores tentavam quebrar a molécula de água a partir da luz do sol usando materias raros e caros como a platina. outras experiências usavam soluções corrosivas, o que também não é o caso da "folha" descrita no artigo - assinado também pelo estudante de pós-doutorado Steven Reece.

A questão dos baixos custos é outro ponto importante da pesquisa. Os químicos criaram uma versão da "folha" que usa cabos para conectar os catalisadores à célula de silício, e estão fazendo testes para verificar qual das duas opções é melhor em termos de custo-benefício. A versão sem fio registrou eficiência de 2,5% de aproveitamento da luz solar, e a cabeada marcou 4,7% - paineis fotovoltaicos comerciais têm eficiências superiores a 10%. Outra opção em estudo é a substituição do silício por outros materiais fotovoltaicos, como óxido de ferro, que tem custo bem mais baixo. "É tudo uma questão de criar opções", conclui Nocera.

Para ele, o próximo passo da pesquisa é criar partículas pequenas, compostas da mesma forma, que funcionem mais como algas fotossintéticas do que como folhas. A vantagem, nesse caso, seria uma área de contato maior entre a criação e a água e o sol, aumentando sua eficiência- por outro lado, criar um sistema de barreira para separar as bolhas de gás seria mais complicado, pondera.

Apesar do funcionamento comprovado, a folha aritfical ainda não está pronta para comercialização, uma vez que necessidade de sistemas anexos capazes de coletas as bolhas e armazená-las para posterior combustão e geração de energia. "Mas é um passo, e estamos no caminho certo", afirma Nocera. para o pesquisador, no futuro seria possível que as casas suprissem sua demanda de energia com sistemas assim, o que resolveria também o problema de redes de eletricidade instáveis em algumas regiões do planeta. 

23 de setembro de 2011

Plantas que diminuem a poluição dentro de casa

Este artigo foi publicado hoje no site do Conselho Regional de Química da 5ª Região e achei muito interessante.

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Nove plantas que diminuem a poluição dentro de casa

As vantagens que as plantas de interiores têm sobre as outras são suas adaptações às regiões tropicais, onde crescem sob as sombras de árvores e devem sobreviver em áreas de pouca luz. Elas são ultra-eficientes na captura de luz e consequentemente possuem uma alta taxa de processamento de gases na fotossíntese. Nesses gases estão presentes alguns químicos, como fomaldeído, tricloroetileno e benzeno. 

O formaldeído é um dos compostos orgânicos voláteis, empregado em vários produtos do dia-a-dia, como nos produtos de limpeza, materiais de construção ou tintas. Outra característica do formaldeído é o “cheiro de novo”, como é sentido em carros ou de esmaltes de unha. Ele é prejudicial para a saúde, ocasionando problemas respiratórios. 

Usado principalmente como solvente industrial, o tricloroetileno também está presente em adesivos e líquidos para a remoção de tintas. Já o benzeno está em produtos como gasolina, tintas e solvente e chega até a reduzir o nível de glóbulos brancos no corpo humano. 

Confira plantas que absorvem parte dessas substâncias: 

Azalea 
Combate o formaldeído de fontes como madeira compensada ou espumas isolantes, além de camuflar o odor forte do amoníaco. 

Babosa 
Ajuda e eliminar o benzeno e o formaldeído, sendo conhecida principalmente pela utilização do gela da sua folha em tratamentos estéticos. 

Clorofito 
Combate o benzeno, o formaldeído, o monóxido de carbono e o xileno, comum em solventes e outros produtos químicos. 

Crisântemo 
As flores são ótimas para eliminar o benzeno. 

Gérbera 
Remove o tricloroetileno, substância cancerígena usada como solvente em processos lavagem a seco. Também reduz a concentração do benzeno, que está relacionado à leucemia. 

Hera 
Segundo alguns estudos, ela reduz a concentração de partículas de material fecal e de mofo presentes no ar. É importante lembrar que suas folhas são tóxicas, sendo importante deixar vasos fora do alcance de crianças e animais. 

Jiboia 
Combate o formaldeído e exige pouca luz para se manter.

Lírio-amarelo 
Absorve o monóxido de carbono em grande quantidade, gás tóxico que pode alterar a pressão sanguínea e causar sensação de sufocamento.  

Lírio da Paz 
Os lírios da paz são eficientes na eliminação dos três gases voláteis mais comuns (formaldeído, benzeno e tricloroetileno) além do tolueno e xileno. 

Matéria original aqui

2 de agosto de 2011

Cientistas transformam ácido em base

Os novos compostos poderiam ser utilizados para a produção de catalisadores de reações. 




Por Daniel Pavani


Todos que se lembram pelo menos um pouco do Ensino Médio, devem lembrar que ácidos e bases são compostos antagônicos. Mesmo assim, um cientista da Universidade da Califórnia conseguiu transforma um no outro, desafiando as “leis” da Química.

Até onde se sabe, ácidos e bases são substâncias essencialmente opostas, pelo menos quimicamente. Este antagonismo vem do comportamento de seus pares iônicos e a capacidade das bases de doarem elétrons e dos ácidos de receberem. Entretanto, o pesquisador Rei Kinjo e seus colegas conseguiram fazer com que um composto ácido se comportasse como uma base, conta o site PopSci.

Eles conseguiram fazer isso alterando a posição e a quantidade de elétrons em um composto de Boro (tipicamente ácido), sem alterar a estrutura de seu núcleo. A ideia não é transformar as leis da Química, mas apenas criar uma nova espécie de catalisador para reações químicas.

“É como transformar um átomo em outro”, comenta Guy Bertrand, um co-autor do trabalho. O borylene – assim como foi chamado o novo composto, em inglês – poderá ser utilizado para a fabricação de novos catalisadores, que poderão ser úteis nas indústrias de novos materiais e farmacêutica.

O trabalho dos pesquisadores foi publicado em um artigo na revista científica Science, na edição de 29 de julho.

Matéria original: http://miud.in/Sns

15 de junho de 2011

Solvente praticamente universal

Brasileiros criam solvente universal, que dissolve quase qualquer coisa

Universol

Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) descobriram e depositaram pedido de patente de um composto que dissolve praticamente qualquer material orgânico ou inorgânico.

O agente resolve um problema antigo ao ser capaz de dissolver sem alterar a composição química da substância.

A dissolução é um passo essencial para a análise de amostras, usada para avaliações de controle de qualidade ou da presença de componentes inorgânicos ou orgânicos, tóxicos ou não.

Os autores da descoberta são os professores Claudio Luis Donnici e José Bento Borba da Silva, do Departamento de Química da UFMG.

A substância, registrada com a marca Universol, está pronta para ser aplicada e ter sua tecnologia transferida a empresas que desejem produzir e comercializar o produto em larga escala.

Solvente universal

Segundo Donnici, o Universol é útil, por exemplo, para mostrar se um cosmético ou um alimento contém metal pesado, ou se a casca de uma árvore a ser utilizada para produzir um medicamento está contaminada com metais ou substâncias tóxicas.

"Ele também dissolve rapidamente carnes, unha, cabelo, pele, sementes, cereais ou qualquer outra matéria orgânica", comenta o professor.

Segundo Donnici, o composto é um agente solubilizante simples, eficiente e reprodutível, que dissolve praticamente qualquer tipo de amostra em um tempo que varia de um a 30 minutos. "Por isso pode ser considerado um agente solubilizante praticamente universal".

Outra vantagem do solvente é promover a solubilização à temperatura ambiente e, em quase todos os casos, sem necessidade de uso de métodos adicionais, como ultrassom e micro-ondas.

"Apesar do seu enorme poder solubilizante, o Universol é um reagente seguro, que pode ser manipulado sem complicações em qualquer laboratório e com a utilização de frascos de vidro ou de plástico (tipo eppendorf) comuns", informa.

Solubilização rápida

Claudio Donnici ressalta que outros agentes conhecidos de solubilização demoram cerca de 12 horas para dissolver, por exemplo, amostras de unhas ou de fios de cabelo, enquanto o Universol realiza essa solubilização em cerca de 30 minutos.

"Com o desenvolvimento desse método, mais simples e adequado para preparação de amostras, evitam-se dissoluções ácidas, extrações e outras dificuldades para o uso de técnicas espectrométricas de análise química, tornando-o mais viável para análises de grande quantidade de qualquer tipo de amostras para avaliação da sua composição química, especialmente quanto aos componentes inorgânicos", explica.

A equipe realizou testes com diversos materiais e demonstrou a eficácia do agente em alimentos, desde bebidas a cereais a sementes; em qualquer tecido animal ou vegetal; amostras minerais e inorgânicas ou biológicas, a exemplo de cogumelos, insetos e microrganismos, bem como em resíduos biológicos e materiais petroquímicos da área de cosméticos, o que possibilitou a realização de testes cromatográficos e espectrométricos, para análises das mais diversas.

"O grande trabalho foi mostrar o escopo e a confiabilidade da técnica para os mais variados tipos de amostra", informa Donnici.

Simplicidade impressionante

Donnici conta que os estudos foram patrocinados por um programa da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), cujo objetivo era consolidar estudos ambientais avançados.

"A intenção era estabelecer novas tecnologias científicas e computacionais para o monitoramento ambiental e análise de poluentes. Dentre as várias descobertas realizadas nesses anos de pesquisas, destacamos o desenvolvimento do Universol", comenta.

"O problema preliminar de análise química orgânica ou inorgânica dos mais diversos materiais é obter a total dissolução das amostras, com a formação de soluções homogêneas, de modo a não alterar sua composição química", esclarece.

Donnici revela que a equipe ficou impressionada com o que descobriu, uma vez que a composição é relativamente simples e barata, "de alta eficiência e rapidez e de escopo e aplicabilidade enormes".

6 de dezembro de 2010

Leite e argila transformados em plástico

Substância obtida é forte e mais biodegradável que o plástico de amido



Uma possível solução para o problema do plástico descartado pode estar mais perto do que se imagina. Mais precisamente, na cozinha e no quintal. É o plástico biodegradável feito a partir do leite e da argila.

Cientistas da Tailândia e dos EUA conseguiram desenvolver um novo material plástico com base numa proteína do leite e na argila comum, dessas de moldar.

As matérias-primas do novo invento são a caseína, uma proteína presente em abundância em leite e queijo de vaca, já usada para fabricação de adesivos, e um mineral argiloso.

A novidade está na revista científica "Biomacromolecules", da Sociedade Química Americana, uma das publicações químicas mais importantes da atualidade.

Trabalhando em escala nanométrica (equivalente a um bilionésimo de metro), os cientistas introduziram, por meio de uma reação química, a caseína no aerogel preparado a partir da argila. Esse aerogel é um material sólido e extremamente leve.

Nesse processo, os químicos conseguiram reforçar tanto a caseína, que facilmente se dissolve na água, quanto o frágil aerogel.

Os resultados foram positivos: a substância obtida é forte o suficiente para uso comercial e é biodegradável- quase 1/3 do material foi degradado em 30 dias.

Se aceito na indústria, o aerogel de argila com proteína de leite pode substituir, sem prejuízos, o poliestireno- material derivado do petróleo, muito usado no Brasil para produção do poluente isopor.

E também pode tomar lugar do poliuretano rígido, que é matéria-prima para a fabricação de, por exemplo, cadeiras e mesas de plástico.

Mas a ideia dos cientistas é que o novo produto seja usado principalmente em embalagens de produtos e também como isolante térmico.

Outra novidade positiva é o salto qualitativo do plástico feito com base em aerogel, em comparação com outros plásticos "verdes" já testados, com base por exemplo em amido ou trigo.

"O aerogel tem grande índice de biodegradação", escreveram os cientistas, liderados por David Schiraldi, da Universidade Case Western Reserve, em Ohio (EUA).

"E essas taxas aumentaram com a mudança na estrutura das caseínas."

14 de setembro de 2010

Pele artificial

Um grupo de pesquisadores da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, conseguiu produzir um material eletrônico sensível à pressão a partir de nanofios semicondutores. A conquista abre caminho para o desenvolvimento de um novo tipo de pele artificial.

“A ideia é fazer com que o material tenha funcionalidades semelhantes à da pele humana, o que implica incorporar a capacidade de tocar e de sentir objetos”, disse Ali Javey, professor de engenharia elétrica e de ciência da computação e líder do estudo, cujos resultados foram publicados neste domingo (12/9) na revista Nature Materials. O material, denominado de e-skin (“pele eletrônica”) por seus criadores, é o primeiro feito de semicondutores inorgânicos cristalinos.

Produzir uma pele artificial sensível ao toque ajudaria a vencer um grande desafio na robótica: controlar a quantidade de força necessária para segurar e manipular uma ampla gama de objetos.

“Os humanos sabem como segurar um frágil ovo sem quebrá-lo. Se quisermos que um robô faça isso, ou lave as louças, por exemplo, precisamos ter certeza de que ele não quebrará as taças de vinho no processo. Mas também queremos que o mesmo robô seja capaz de segurar com firmeza uma chaleira sem derrubá-la”, disse Javey.

Um objetivo mais distante é usar a e-skin para restaurar o sentido do tato em pacientes que precisam de membros protéticos. Essas novas próteses exigiriam avanços importantes na integração de sensores eletrônicos com o sistema nervoso humano.

Tentativas anteriores de desenvolver pele artificial se basearam em materiais orgânicos, por serem flexíveis e de processamento relativamente simples.

“Mas o problema é que os materiais orgânicos não constituem bons semicondutores, o que implica que dispositivos eletrônicos feitos com eles precisarão frequentemente de altas voltagens para que seus circuitos funcionem”, disse Javey.

Segundo ele, materiais inorgânicos como o silício, por outro lado, têm propriedades elétricas excelentes e podem operar com pouca energia. Também são quimicamente estáveis. “Mas, historicamente, esses materiais têm sido inflexíveis e fáceis de quebrar”, disse.

“Nesse aspecto, trabalhos de vários grupos de pesquisa, inclusive o nosso, têm mostrado recentemente que fitas ou fios minúsculos de materiais inorgânicos podem ser feitos para que sejam altamente flexíveis, isto é, ideais para eletrônicos e sensores de alta performance”, afirmou.

O grupo californiano utilizou uma nova técnica de fabricação. Inicialmente, os cientistas implantaram fios com espessura nanométrica (bilionésimos de metro) em um tambor cilíndrico. Em seguida, o tambor foi rolado em um substrato pegajoso.

O substrato usado foi um filme polimérico, mas os pesquisadores dizem que a técnica funciona com diversos materiais, como outros plásticos, papel ou vidro.

À medida que o tambor rolava, os nanofios eram depositados no substrato de maneira ordenada, formando a base a partir da qual folhas finas e flexíveis de materiais eletrônicos podem ser construídas.

Os pesquisadores imprimiram os nanofios em matrizes quadradas com 18 por 19 pixels, medindo 7 centímetros de cada lado. Cada pixel continha um transistor feito de centenas de nanofios semicondutores. Os transistores foram integrados sob uma borracha sensível a pressão, de modo a se inserir a funcionalidade sensorial.

A matriz precisou de menos de 5 volts de eletricidade para funcionar e manteve seu rendimento após ter sido submetida em testes a mais de 2 mil ciclos de dobras.

Segundo os autores do estudo, a e-skin foi capaz de detectar pressões de 0 a 15 quilopascals, uma variação comparável com a força usada para atividades diárias como digitar em um teclado de computador ou segurar um objeto.

O artigo Nanowire active-matrix circuitry for low-voltage macroscale artificial skin (doi: 10.1038/nmat2835), de Ali Javey e outros, pode ser lido por assinantes da Nature Materials em www.nature.com/naturematerials.


30 de agosto de 2010

Água seca

Pesquisadores apresentam novos estudos com a chamada “água seca”, uma substância peculiar que poderia ajudar no combate ao aquecimento global.
 
Esse tipo de água em pó tem a propriedade de absorver e armazenar dióxido de carbono e outros gases, como o metano, de forma bastante eficiente.

O estudo foi apresentado no 240º Encontro Nacional da Sociedade Americana de Química pela equipe liderada pelo Professor Andrew Cooper, da Universidade de Liverpool (Inglaterra).

Similar a grãos de açúcar, a substância ganhou o nome porque possui 95% de água e, no entanto, ainda se mantém na forma de um pó. Isso porque cada grão contém uma gota de água cercada de um tipo de sílica modificada - e é essa cobertura que impede que as gotículas se recombinem em forma de líquido.

Apesar da aparência, se esfregada contra a pele, a "água seca" causa um leve resfriamento - uma sensação similar ao contato com a água.

Esse fino pó, ao absorver os gases, forma os chamados hidratos. Ele foi descoberto em 1968 e uma das suas primeiras aplicações foi no uso da indústria de cosméticos já que, além de absorver, ele é capaz de acelerar reações químicas em centenas de produtos.

É por essas propriedades que os pesquisadores acreditam que a água seca possa ser um jeito mais fácil de armazenar e transportar materiais industriais ou outros elementos potencialmente perigosos. A equipe já havia demonstrado, em estudos anteriores, que o pó é bastante útil para guardar metano. O estudo com o gás foi, inclusive, destaque da prestigiada revista Nature. Agora, os resultados mostraram que ele é bastante útil também na absorção de CO2: quase três vezes mais do que somente a água e a sílica descombinadas.

Outras aplicações incluem também o armazenamento de líquidos, especialmente as emulsões (a união de dois ou mais líquidos que não se misturam, como água e óleo). Com a “água seca”, os pesquisadores mostraram que podem transformar uma emulsão em um pó, facilitando o transporte dos líquidos.

11 de maio de 2010

Videogame que ensina física

Por Fábio Reynol

Uma espaçonave de tamanho subatômico tem a missão de capturar partículas, identificá-las e com elas montar estruturas atômicas em outro planeta. Essa é parte da missão do Sprace Game , um jogo de computador projetado por físicos do Centro Regional de Análise de São Paulo (Sprace) da Universidade Estadual Paulista (Unesp) com o objetivo de transmitir conceitos de física de partículas para o público leigo.

O desenvolvimento do videogame foi financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e é patrocinado pelo Sprace, centro financiado pela FAPESP e que é ligado ao Instituto de Física Teórica (IFT) do campus da Unesp da Barra Funda, na capital paulista.

Na cerimônia de lançamento, realizada na manhã de segunda-feira (10), o professor do Instituto de Física Teórica da Unesp Sérgio Ferraz Novaes, coordenador do Sprace, contou que o jogo faz parte de um esforço de levar aos alunos de ensino médio do país informações atuais sobre física de partículas.

“As informações escolares sobre estrutura da matéria estão defasadas em quase um século”, declarou Novaes através de um sistema de vídeoconferência. O professor falou aos jornalistas a partir do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern), em Genebra, Suíça, onde participa do experimento CMS (Solenoide Múon Compacto, na sigla em inglês).

Para mostrar aos estudantes que os átomos são muito mais do que somente prótons, nêutrons e elétrons, a equipe do IFT enviou a todas as escolas brasileiras do ensino médio cartazes didáticos apresentando as demais partículas subatômicas.

“Porém, os cartazes atingem somente os interessados em física, enquanto que o game alcança muito mais jovens”, afirmou o designer do Sprace Game, Einar Saukas, da Summa Technology+Business, empresa que produziu o jogo. O desenvolvimento do game ficou sob a responsabilidade da empresa Black Widow Games Brasil, com a qual Saukas também está envolvido.

Projetado em linguagem Java, o Sprace Game consegue rodar em qualquer computador com sistemas operacionais Windows, Linus, ou Mac. O programador do jogo, Ulisses Bebianno de Mello, da Black Widow, explicou à

Agência FAPESP que há três versões de resolução para que até máquinas um pouco mais antigas possam receber o jogo.

“Conseguimos rodar a versão mais básica em um Pentium 1,3Ghz com 512M de memória RAM, acreditamos que a configuração mínima para o jogo seja essa”, disse Mello. Por funcionar em plataformas enxutas, o Sprace Game pode servir como ferramenta de ensino em escolas e instituições com poucos recursos, necessitando apenas do acesso à internet. O jogo é gratuito e pode ser acessado na página do Sprace: Sprace Game

Em busca de partículas

Ao passar pelas quatro fases do Sprace Game, o jogador tem que capturar com sua espaçonave partículas subatômicas; levá-las a um laboratório para que sejam identificadas; descobrir do que são formadas as partículas compostas chamadas de hádrons e recombinar quarks para formar prótons e nêutrons.

Com eles, o jogador consegue montar núcleos atômicos de hidrogênio e oxigênio, a fim de produzir um recurso fundamental para a colonização do planeta explorado, a água.

Uma das fases mais interessantes é a segunda, na qual o jogador deve encontrar e perseguir a partícula tau e observar o seu decaimento, que é a decomposição da tau em outras subpartículas no fim de seu tempo de vida. São essas subpartículas que o jogador deverá capturar. “Isso ajuda a explicar o conceito do decaimento”, disse Saukas.

O designer revelou que um dos grandes desafios do projeto foi criar um jogo que proporcionasse entretenimento sem perder a precisão científica. “Não podíamos fazer um jogo somente divertido e que tivesse incorreções científicas, nem fazer algo muito preciso e que fosse chato de jogar”, afirmou.

O produto final foi testado e aprovado por alunos do ensino médio participantes do Master Class: Hands on Particle Physics evento internacional cuja etapa paulista foi realizada em fevereiro pela Unesp. “Os estudantes tiveram duas horas para jogar, mas depois desse tempo ainda queriam continuar jogando”, contou Saukas.

O sucesso inicial demonstra o acerto na escolha do jogo eletrônico como mídia para divulgar a física de partículas, segundo acredita o professor Novaes. Para ele, trata-se de conceitos intrincados e que precisam ser repetidos para que sejam assimilados. “Filmes, livros e quadrinhos já foram feitos com esse objetivo, mas o videogame é muito mais eficaz nesse aspecto”, declarou o professor.

Repercussão internacional

O professor da Unesp disse que o Sprace Game já tem despertado o interesse de outros países. Uma versão em inglês está sendo finalizada para dar origem a traduções para outros idiomas.

Pesquisadores e divulgadores científicos da França, Áustria, Portugal, República Tcheca e Estados Unidos entraram em contato com Novaes para conversar sobre o jogo, além de profissionais de divulgação científica da Comunidade Europeia.

O professor Helio Takai, do Brookhaven National Laboratory, de Upton, nos Estados Unidos, que também participou da videoconferência do lançamento do Sprace, afirmou que o jogo poderá reduzir a defasagem do ensino de física de partículas que também existe naquele país.

Como no Brasil, o ensino norte-americano de física até o nível médio repassa conceitos da física descobertos até o início do século 20. Desde então, experimentos realizados em aceleradores de partículas revelaram que prótons e nêutrons são compostos de quarks, partes ainda menores.

Além dos quarks, que se dividem em seis tipos (up, down, strange, charm, bottom e top), também foram descobertos os léptons (elétron, múon, tau e seus três respectivos neutrinos) e as partículas responsáveis pelas interações forte, fraca e eletromagnética (glúon, W, Z e fóton). Enriquecer os conhecimentos de física de estudantes ensino médio com essas informações mais atualizadas é o objetivo principal do Sprace Game.

“Aqui nos Estados Unidos, as agências de pesquisa valorizam muito as atividades educacionais. Da mesma forma, no Brasil, iniciativas como o Sprace são uma maneira de retribuir à população os investimentos públicos em pesquisa”, falou Takai na cerimônia de lançamento.

Novaes disse que um colega resumiu o ensino de física nesses termos: “Um professor do século 20 ensina física do século 19 para um estudante do século 21”. Para o professor da Unesp, o Sprace Game procura levar informações contemporâneas para estudantes do século 21, por meio de uma mídia moderna.

Matéria original: Agência FAPESP

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