Este post foi escrito por Matheus Galvão Brito, mestrando em Genética, Biodiversidade e Conservação na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e coordenador do Clube Galápagos.
Eu poderia começar esse texto contando a história
dos Clubes de Ciência no Brasil ou trazendo uma reflexão acadêmica sobre esses
espaços. Mas decidi fazer diferente. Pedi que nossos alunos definissem Clube de Ciências, e, em resumo, obtive
a seguinte definição: ‘Um espaço de interação e aprendizagem. Onde aprende-se a
observar, questionar, experimentar e ver o mundo de forma diferente. Onde, além
do debate do conhecimento científico, é possível desenvolver outras
capacidades, como a criatividade, a argumentação e a cooperação. Além de
aproximar os alunos da Ciência e apresentar a eles a possibilidade de ser
cientista’.
Enquanto lia as falas dos alunos para chegar à
definição acima, e refletindo sobre o que tenho vivido como coordenador de um
clube por quatro anos, dois pontos se sobressaíram.
Primeiro, a importância formativa de um espaço tão
cheio de possibilidades como um Clube de Ciências. Você pode me perguntar: os
clubes formam cientistas? Bem, apesar de ser comum nos referirmos aos clubistas
como "jovens cientistas", essa não é a
função dos clubes. Mas as discussões sobre Ciência e o trabalho com o Método
Científico podem, além de estimular a criticidade dos alunos, incentivá-los a
considerar serem cientistas. E essa é uma consequência direta de um papel
importante de um clube: desconstruir a ideia conturbada, muitas vezes sexista,
do que é um cientista e sua carreira.
O segundo ponto é a ligação afetiva dos alunos com o
clube. Desde o começo, essa se mostrou como uma característica marcante, e esse
traço nunca se perdeu. Pela liberdade de poder falar sem julgamentos e expor
suas opiniões e ideias sem receio do constrangimento, os alunos tornam o clube
muito mais do que um “lugar para debater Ciência”. Eles encontram no grupo
espaço para serem ouvidos como não costumam ser na escola e, muitas vezes, nem
mesmo em casa. Essa abertura transforma a relação dos alunos com o Clube de
Ciências, interferindo positivamente no envolvimento dos clubistas nas
atividades.
Se tudo o que contei até aqui despertou sua
curiosidade sobre o nosso Clube de Ciências, te convido a conhecer nosso
projeto através do nosso site. Lá você vai encontrar o Blog Galápagos, nosso blog de divulgação científica recém saído do
forno (tem até um cordel por lá). Aproveita e segue a gente no Instagram
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tiver um clube, a gente ama saber. E se tiver perguntas, é só mandar um "Oi!" que a gente conversa!